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Resistência mental e Jiu Jitsu


A Resistência é aquela voz que te sussurra, que te enche os ouvidos com a melodia da desistência. Ela é subtil, nunca grita, nunca te empurra. Pelo contrário, envolve-te, acaricia-te com uma falsa sensação de conforto. Diz-te que não és capaz. Os teus sonhos? Ah, esses sonhos são apenas fantasias infantis, histórias que contavam para te adormecer, mas que nunca vão ser reais. E assim, a resistência mental cresce. Ela faz-te acreditar que cada passo em frente é um sacrifício desnecessário, que o esforço é vão, que a recompensa nunca chega.

resistência mental e Jiu Jitsu

Porque esforçar-te? O sofá está ali, macio, familiar. O calor da almofada debaixo da cabeça é muito mais seguro do que o frio da incerteza lá fora. E se falhares? E se as pessoas te virem a tropeçar, a fraquejar, a cair? Não, melhor mesmo é não tentar. Fica quieto. Parado. Fazeres figura de palhaço? Nunca! Talvez ninguém repare em ti. Talvez ninguém note que estás a deixar a vida passar ao lado. Afinal, quem precisa da melhor versão de si próprio? Essas histórias de superação e de crescimento são para os outros, para quem quer enfrentar a resistência mental. Mas tu já sabes melhor, já sabes que isso não é para ti. És um perdedor nato. Um natural!

“Eu gosto da minha sombra”, dizes para ti mesmo. Sim, isso, a sombra. A parte de ti que nunca tem de se expor, que nunca tem de enfrentar o risco. É mais fácil ali, na penumbra, no anonimato. Sem responsabilidades, sem expectativas. Porque ter mais responsabilidade é perigoso. Dá-te mais visibilidade, e a visibilidade traz-te exposição, e a exposição pode levar ao julgamento. Não! Isso nunca pode acontecer. Melhor é ficares no teu canto, escondido, protegido da luz. Deixa que os outros brilhem, deixa que os outros se exponham. Tu ficas aqui, onde é seguro, onde ninguém te pode alcançar. Ahhh que doçura este canto escuro, e para mais é só meu!

Resistir ao quê? Nem vale a pena. Melhor versão de mim mesmo? Por favor, já passei dessa fase. Isso foi noutra vida, numa altura em que ainda acreditava que podia mudar, que podia melhorar. Mas agora? Agora já sei como as coisas funcionam. Já aceitei a realidade. O fracasso é uma certeza, é o caminho mais garantido. Mas, há algo reconfortante nisso, não há? A familiaridade do fracasso. É como um velho amigo que te abraça sempre que caís. Há uma tranquilidade, um certo perfume agradável, que acompanha o toque suave do abismo. Sentes-te bem.

Não precisas de sair do lugar. O fracasso é um companheiro de longa data, que já não te surpreende. Sim, talvez os teus sonhos fiquem por cumprir, mas pelo menos aqui, na tua zona de conforto, sabes o que esperar. Não há surpresas. Não há desilusões. Não há expectativas que possam ser destruídas. Só este silêncio. Só este vazio confortável.

A resistência mental sussurra-te que o esforço não compensa. Que aquele desconforto, aquela luta, aquele suor que vem com o crescimento, não é para ti. “Fica quieto,” diz ela. “Fica onde estás.” E tu acreditas. Porque o que poderia ser mais fácil do que ficar no mesmo sítio? Não há riscos aqui. Não há falhanços se nunca tentares. E, acima de tudo, não há julgamento. É a tranquilidade da displicência. O mar morto da ambição.

Resistência mental e Jiu Jitsu

Então, porquê incomodar-te? Para quê esticar a mão e agarrar aquela versão melhor de ti mesmo que pareça tão distante? Sabes que, se tentares, vais falhar. E depois? O que acontece depois? Mais uma derrota, mais uma desilusão. Mais uma vez a ter de enfrentar a realidade de que não és suficiente, de que nunca serás suficiente.

27.09.2024 12.09.22 REC

É então que podes e deves chamar o Jiu Jitsu em teu auxílio. Ou nem chegado aqui queres agarrar uma boia de salvação? Preferes continuar a ser sugado para o redemoinho da insignificância? Mas, e se nem isso aceitares?

Pois é, assumes a tua condição. Uma existência sem grandeza, mas com uma familiaridade reconfortante. És um fracasso, sim, mas um fracasso que já conheces. O cheiro do abismo já não te assusta, já faz parte de ti. Há algo de quase poético nisso, não há? Estar à beira do precipício e nunca dar o passo. Eternamente na corda bamba.

A resistência mental sorri. Ela venceu. Convenceste-te de que não vale a pena tentar. Convenceste-te de que o fracasso é a tua única opção. E, enquanto ficas aí, parado, ela continua a crescer dentro de ti, a alimentar-se da tua inércia. Porque é assim que a resistência mental ganha. Não com batalhas épicas ou derrotas gloriosas, mas com o simples acto de te fazer desistir antes mesmo de começares.

Diz basta e ganha a tua vida de volta. Empodera-te com o Jiu Jitsu. Lembra-te que a cabeça é a primeira a desistir de tudo, é ai que o fracasso começa, então investe no binómio “resistência mental e Jiu Jitsu” e traça um novo rumo na tua vida.


Publicado emArtigos, Escola, Jiu Jitsu